Empatia como Ferramenta de Comunicação

Ilcar Nogueira Gondim [*]

A empatia se divide em: cognitiva e afetiva. Esta identifica o que o individuo está pensando ou sentindo para conhecer do seu ponto de vista, o que é importante para ele, na tentativa de entender o que se passa em sua mente. A afetiva, por sua vez, também chamada de empatia emocional, é a resposta dos pensamentos e dos sentimentos do indivíduo, isto é, não só entender, mas também sentir e refletir. A preocupação empática é a capacidade de sentir o que o outro precisa de você. Como podemos observar nas definições de empatia, estão presentes três elementos: emoção, sentimento e pensamento [1].

A empatia é a identificação dos indivíduos uns com os outros através de suas próprias especulações ou sensações ao tentarem se comunicar e entender-se reciprocamente. Muitas vezes somos capazes de “sentir empatia” e nos identificarmos com o que se passa dentro do outro – suas motivações e seus interesses –, compartilhando das mesmas emoções e reações físicas. Quando nos comunicamos da maneira correta, é mais fácil a identificação desses sentimentos na observação do agir do outro [2]. Nesse sentido, a empatia é definida como: a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações (KRZNARIC, 2015). 

Ser empático não é somente concordar com o outro. Por isso é importante o equilíbrio entre a empatia e a assertividade. A empatia e a assertividade são características que se deve saber ser utilizá-las adequadamente. A assertividade é uma atitude de autovalorização sem desrespeito aos demais, isto é, a manifestação de opiniões sem a desvalorização do pensamento alheio [3].

É de grande importância o equilíbrio entre tais características, pois o excesso de empatia sem assertividade poderá ocasionar uma situação de submissão, sendo prejudicial na comunicação entre as pessoas. Entretanto, assertividade sem empatia, poderá evoluir negativamente para arbitrariedade. Cada um enxerga as situações do seu cotidiano de acordo com seus conhecimentos adquiridos com experiências vividas, seus valores, suas crenças, muitas vezes construídas sob forte influência cultural. O maior desafio da empatia é tentar entender e respeitar as diferenças do outro [4].

Cumpre destacar alguns benefícios utilizando a empatia nas relações sociais, interpessoais e profissionais: ela aproxima as partes; gera soluções voluntárias mais eficientes; gera opções mais criativas e vantajosas para todos; auxilia a construir consenso atendendo a ambos os interesses; busca restabelecer o diálogo ou preservar o relacionamento entre os envolvidos [5].

No local de trabalho ela pode ser uma poderosa ferramenta de comunicação e uma forte aliada para a gestão de equipes e integração de times. Os gestores que dominam essa ferramenta podem identificar possíveis pontos de tensão, e encorajar relações mais saudáveis utilizando a empatia na gestão de pessoas. É importante levar as diferenças dos membros da equipe em consideração, pois poderá evitar pré-julgamentos [6].

Gestores podem perder profissionais excelentes e colaboradores criando inimizades devido à falta de compreensão, por isso é desafiador exercitar a empatia. Com a prática, vai ficando mais fácil entender porque as pessoas pensam e agem de determinada maneira [7].

Por fim, podemos observar que a empatia está cada vez mais sendo utilizada nas resoluções de conflitos e criando condições mais favoráveis nas relações de toda a sociedade. Com efeito, ela traz a compreensão de que a comunicação explica e racionaliza determinadas situações de maneira lógica e coerente.

Referências

[1] SEPAROVIC, Elizangela. A empatia e a mediação de conflitos: uma perspectiva baseada na comunicação não-violenta. Jornal Jurídico, São Paulo, ano 2019, v. 2, n. 1, 29 fev. 2020. Parte do Jornal, p. 1-6. DOI https://doi.org/10.29073/j2.v2i1.199. Disponível em: https://www.revistas.ponteditora.org/index.php/j2/article/view/199. Acesso em: 2 nov. 2020.

[2] SEPAROVIC, Elizangela. A empatia e a mediação de conflitos: uma perspectiva baseada na comunicação não-violenta. Jornal Jurídico, São Paulo, ano 2019, v. 2, n. 1, 29 fev. 2020. Parte do Jornal, p. 1-6. DOI https://doi.org/10.29073/j2.v2i1.199. Disponível em: https://www.revistas.ponteditora.org/index.php/j2/article/view/199. Acesso em: 2 nov. 2020.

[3] ÁLVARES, Saulo. O BOM USO DA EMPATIA NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS. Álvares Carvalho & Noronha Advocacia Especializada, Sergipe, p. 1, 1 mar. 2017. Disponível em: https://redeomni.wixsite.com/acadv/single-post/2017/03/01/O-BOM-USO-DA-EMPATIA-NA-MEDIA%C3%87%C3%83O-DE-CONFLITOS. Acesso em: 2 nov. 2020.

[4] ÁLVARES, Saulo. O BOM USO DA EMPATIA NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS. Álvares Carvalho & Noronha Advocacia Especializada, Sergipe, p. 1, 1 mar. 2017. Disponível em: https://redeomni.wixsite.com/acadv/single-post/2017/03/01/O-BOM-USO-DA-EMPATIA-NA-MEDIA%C3%87%C3%83O-DE-CONFLITOS. Acesso em: 2 nov. 2020.

[5] PLATAFORMA CADASTRADA NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO (Mediação Online). Academia MOL. Você sabe o que é empatia?: Veja a importância de se colocar no lugar do outro e como empresas estão utilizando a empatia. A Academia MOL – Mediação Online, São Paulo, p. 1, 25 jun. 2018. Disponível em: https://www.mediacaonline.com/blog/voce-sabe-o-que-e-empatia-veja-importancia-de-se-colocar-no-lugar-do-outro-e-como-empresas-estao-utilizando-empatia/. Acesso em: 2 nov. 2020.

[6] PIMENTA, Tatiana. Gestão de Pessoas: como a empatia ajuda a melhorar a gestão de equipes. Virtude Corporate, ano 2019, p. 6 min de leitura, 24 jul. 2019. Disponível em: https://www.vittude.com/empresas/gestao-de-pessoas-como-a-empatia-ajuda-a-melhorar-a-gestao-de-equipes. Acesso em: 2 nov. 2020.

[7] PIMENTA, Tatiana. Gestão de Pessoas: como a empatia ajuda a melhorar a gestão de equipes. Virtude Corporate, ano 2019, p. 6 min de leitura, 24 jul. 2019. Disponível em: https://www.vittude.com/empresas/gestao-de-pessoas-como-a-empatia-ajuda-a-melhorar-a-gestao-de-equipes. Acesso em: 2 nov. 2020.

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